Assembleia de Nova Jersey publicará 900 documentos novos do "Bridgegate"

Washington, 9 jan (EFE).- A comissão da Assembleia de Nova Jersey que averigua o escândalo político conhecido nos Estados Unidos como "Bridgegate" publicará nesta sexta-feira 907 novas páginas de documentos recolhidos durante suas investigações e que poderiam comprometer o governador do estado, Chris Christie.

A comissão divulgará esses documentos amanhã através da internet, informou nesta quinta-feira um porta-voz à rede de televisão "CNN".

A revelação de outros documentos ontem, como e-mails e mensagens de texto, deu início ao "Bridgegate", ao provar que a equipe do governador, um dos potenciais aspirantes republicanos à Casa Branca, esteve envolvida em um caso de represália política.

Membros do gabinete de Christie participaram da interrupção repentina, em setembro de 2013, de várias pistas da ponte da cidade de Fort Lee, que liga Nova Jersey com Nova York, para provocar problemas de trânsito e se vingar do prefeito dessa cidade, o democrata Mark Sokolich, por este não ter apoiado o governador em sua campanha de reeleição no ano passado.

Christie se dirigiu hoje até Fort Lee para se reunir com Sokolich em seu escritório e lhe oferecer pessoalmente as desculpas que já tinha feito previamente em público durante uma entrevista coletiva que foi o tema de mais falado do dia nos EUA.

"Eu tomo sua palavra", se limitou a comentar Sokolich após um encontro que durou pouco mais de meia hora e que Christie qualificou como "muito bom e produtivo".

Os dois governantes mantiveram um tom mais leve, segundo Sokolich, e inclusive brincaram se o prefeito estava ou não agora sob o radar de Christie.

O governador havia declarado anteriormente que o prefeito democrata nunca esteve "sob seu radar", ou seja, que ele nunca tinha buscado seu apoio.

Do mesma forma, Sokolich argumentou que ninguém lhe pediu que apoiasse o governador republicano. Com isso, os dois afirmam que não compreendem o que, em teoria, foi o motivo da represália política contra o prefeito.

Além disso, seis cidadãos de Fort Lee apresentaram hoje um processo coletivo contra o governador, o estado e a Autoridade Portuária, porque a interrupção de duas faixas da ponte os "privou da vida, liberdade e propriedade".

Este caso, que já se tornou um escândalo de escala nacional nos EUA, pode ter proporções ainda maiores amanhã se os documentos que serão revelados pela comissão contêm novas informações que comprometam a equipe do governador e, até mesmo, o próprio Christie.

O governador republicano negou ter qualquer conhecimento sobre o ocorrido e se limitou a pedir desculpas pelo escândalo. Christie também despediu sua chefe adjunta de gabinete, Bridget Anne Kelly.

Chris Christie, um dos favoritos em seu partido para conseguir a indicação para concorrer à Casa Branca em 2016, terá que sair ileso deste escândalo se quiser conservar suas possibilidades na futura corrida presidencial.

As informações recolhidas pela comissão da Assembleia de Nova Jersey durante as suas investigações têm relação com a intimação do ex-oficial da Autoridade Portuária de Nova Jersey e Nova York, David Wildstein, um dos aliados de Christie que se viu obrigado a renunciar em dezembro por este escândalo.

Wildstein se remeteu à Quinta Emenda para não dar explicações sobre o caso, apesar de o juiz ter exigido que comparecesse à intimação da comissão, que hoje o acusou de desacato.

Por outro lado, a promotoria federal de Nova Jersey anunciou hoje que vai averiguar o fechamento das pistas da ponte, em uma investigação com a qual Christie se comprometeu a colaborar.

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